Os resultados preliminares do Projeto Processos de Acomodação Dialetal (OUSHIRO 2016), que analisa a fala de migrantes paraibanos e alagoanos residentes em São Paulo, apontaram para a preponderância da variável Idade de Migração sobre a variável Tempo de Residência na nova comunidade para a aquisição de traços fonéticos da comunidade anfitriã (pronúncia tepe ou retroflexa de /r/ em coda, vogais médias pretônicas /e/ e /o/ relativamente mais altas, realização palatalizada de /ti, di/), mas não para a aquisição de traços morfossintáticos (concordância nominal padrão e negação sentencial pré-verbal). Ao mesmo tempo, não se verificou correlação entre essas variáveis sociolinguísticas e o sexo/gênero dos falantes, diferentemente de trabalhos prévios (p.ex. RODRIGUES 1987, BORTONI-RICARDO 1985), que descrevem o favorecimento de formas linguísticas da comunidade anfitriã por parte de falantes do sexo masculino. Este trabalho tem o objetivo de reportar os resultados da segunda fase do Projeto Acomodação, em que se tem coletado uma nova amostra da fala de migrantes paraibanos e alagoanos, estratificada quanto ao sexo/gênero, idade de migração e tempo de residência no estado de São Paulo, a fim de mais bem determinar seu papel na aquisição de diferentes traços linguísticos. A partir desses resultados, buscam-se generalizações quanto à aquisição de novos traços linguísticos de diferentes tipos de variáveis sociolinguísticas.